Quem espera sempre alcança?

Tudo começou em Chicago. Em 2004 eu tive a certeza de que a vida no Brasil estava mais complicada do que eu podia suportar. Os motivos são os mesmos: a violência só cresce, a classe média só paga mais impostos em cascata, a qualidade de vida não melhora, os políticos blá blá blá blá. Definitivamente eu queria sair!! Para onde? Portugal? Estados Unidos? Tracei um plano para checar as melhores oportunidades, preparei cópias de cv em português e inglês e inscrevi um trabalho na ABA 2004. Trabalho aceito, hora de novos contatos. Mandei emails para uma empresa americana solicitando uma entrevista. Para minha surpresa eles agendaram a entrevista no hotel do congresso (economizei a passagem para Boston). Bom! Então, já que eu tinha começado, fui! Gelada, suando frio... eram 5 doutores e eu na sala tentando me virar com meu inglês. Saindo da entrevista, a gente nunca sabe como se saiu de fato, encontrei uma colega que me veio com essa: "Vc quer sair do Brasil? Não venha para cá, vá para o Canadá" arregalei os olhos e continuei ouvindo "Me encontre às 6 pm e eu vou te apresentar alguém". Bom! Já que comecei, eu vou! Entreguei mais uma cópia de cv. Fim de congresso, voltei para a terrinha. Após 4 semanas, o primeiro contato: informamos que o seu perfil se encaixa blá blá blá. Mas é claaaaro que eu fiquei feliz. Mas..haviam também algumas advertências, do tipo: "vc sabe que vc não será remunerada de acordo com sua qualificação". Eu sabia, mas era uma das melhores escolas da aéra, eu aprenderia muito e estaria legal nos EUA. Eu estava eufórica. Passaram-se mais alguns dias e os canadenses fizeram contato. Fiquei balançada, comecei a pesquisar, checar qualidade de vida, saúde, remuneração etc etc. Desisti dos EUA e me apaixonei pelo Canadá.